Saiba analisar os principais sintomas dos pólipos uterinos e qual a importância do diagnóstico para o tratamento ideal
Muitas mulheres, após um longo período de menstruação irregular e sangramentos inesperados, buscam por ajuda médica, e são diagnosticadas com a presença de pólipos uterinos. Essa condição muitas vezes benigna afeta pacientes em idade reprodutiva e pode impactar a fertilidade.
Embora os pólipos uterinos sejam assintomáticos, em alguns casos podem causar sintomas como sangramentos anormais, e necessitam de um tratamento adequado. Vamos compreender os detalhes dessa condição, bem como suas possíveis causas, sintomas e opções de tratamento.
Diagnóstico e tratamento eficaz para os pólipos uterinos!
O que são os pólipos uterinos?
Os pólipos uterinos, também podem ser encontrados como pólipos endometriais ou pólipos endocervicais, são crescimentos anormais desenvolvidos no epitélio endometrial (endométrio), o revestimento interno do útero. Consistem em aglomerados de células endometriais que se projetam para dentro da cavidade uterina, variando em tamanho de 0,5 a 3,0 centímetros.
Em alguns casos os pólipos uterinos são pediculados, quando presos à parede uterina por uma haste, ou sésseis, quando têm uma base mais larga. Além disso, eles podem ser únicos ou múltiplos e, dependendo de sua localização e tamanho, interferem em processos fisiológicos como a menstruação e a fertilidade.
Pólipo uterino endocervical
Os pólipos uterinos endocervicais são formações benignas que ocorrem no epitélio glandular do canal endocervical, a região interna do colo do útero que conecta a cavidade uterina ao canal vaginal. Essas lesões, geralmente pediculadas, se desenvolvem a partir da mucosa endocervical e podem variar em tamanho e forma.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), os pólipos endocervicais são mais prevalentes em mulheres na faixa etária entre 40 e 50 anos, embora possam ocorrer em qualquer fase da vida reprodutiva. Apesar de terem uma incidência relativamente comum, afetam aproximadamente 2% a 5% das mulheres.
Pólipo uterino endometrial
Diferentemente dos pólipos endocervicais, os pólipos uterinos endometriais são localizados na parede interna do útero, o endométrio. Estes pólipos resultam de uma hiperplasia focal do tecido endometrial, levando à formação de projeções anômalas que se estendem para dentro da cavidade uterina. A estrutura dos pólipos endometriais é composta por glândulas, estroma e vasos sanguíneos, e seu tamanho pode variar de milímetros a vários centímetros.
Quais os fatores de risco dos pólipos uterinos?
Em geral, há diversos fatores que podem aumentar o risco de formação dos pólipos uterinos, incluindo predisposições genéticas, condições hormonais e certos tratamentos médicos. Entretanto, alguns dos principais fatores de risco estão relacionados a:
- Uso de tamoxifeno: uma terapia comum para o tratamento de câncer de mama, conhecido por seus efeitos moduladores seletivos sobre os receptores de estrogênio. Apesar de ser eficaz no combate ao câncer, o medicamento pode estimular o endométrio, aumentando o risco de desenvolvimento de pólipos uterinos.
- Obesidade: é um fator de risco significativo devido ao aumento da produção de estrogênio em tecidos adiposos.
- Terapia de Reposição Hormonal na Menopausa (TRH): a TRH, especialmente quando envolve estrogênio sem oposição da progesterona, pode estimular o crescimento endometrial, elevando o risco de formação de pólipos, particularmente em mulheres na pós-menopausa.
- Síndrome de Lynch e Síndrome de Cowden: são condições genéticas que aumentam o risco de câncer e estão associadas a um maior risco de desenvolvimento de pólipos. A Síndrome de Lynch é principalmente conhecida por aumentar o risco de câncer colorretal e endometrial, enquanto a Síndrome de Cowden está relacionada ao risco de vários tipos de neoplasias benignas e malignas, incluindo pólipos uterinos
- Endometriose: é uma condição em que o tecido endometrial cresce fora do útero e, também, pode estar associada a um risco aumentado de pólipos endometriais.
O que o pólipo no útero pode causar?
Ainda que os pólipos uterinos sejam, na maioria das vezes, formações benignas, eles exigem atenção médica devido ao seu potencial de causar complicações. Em casos raros, esses pólipos podem sofrer transformação maligna, especialmente em mulheres pós-menopáusadas, o que destaca a importância de um acompanhamento clínico rigoroso e de tratamentos adequados.
Já em outros casos, os pólipos uterinos podem impactar a saúde reprodutiva e o bem-estar geral da mulher de várias maneiras. Uma das principais preocupações é a infertilidade, pois os pólipos podem interferir na implantação do embrião, criando um ambiente desfavorável no endométrio.
Além disso, a presença dessas células pode causar sangramentos anormais, incluindo menorragia (fluxo menstrual intenso) e metrorragia (sangramento fora do período menstrual), que podem levar à anemia e afetando a qualidade de vida. Outra complicação significativa é o sangramento após as relações sexuais, que muitas vezes é alarmante e indica a necessidade de avaliação médica.
Principais sintomas dos pólipos uterinos
Em muitos casos, a condição não apresenta sintomas, e é descoberta após exames ginecológicos. Contudo, quando sintomáticos podem apresentar:
- Dor pélvica;
- Hipermenorreia;
- Metrorragia;
- Maior volume menstrual;
- Corrimento vaginal;
- Dificuldades para engravidar.
Pólipos uterinos afetam a fertilidade feminina?
Sim, pólipos endometriais com mais de 15 milímetros podem dificultar a gravidez. Eles interferem no processo de implantação do embrião ao alterar a estrutura e o ambiente do endométrio, que deve estar receptivo e homogêneo para a concepção.
Além de ocupar espaço na cavidade uterina, os pólipos podem criar um microambiente inflamatório e comprometer o fluxo sanguíneo necessário para a nutrição do embrião, dificultando a fixação e o desenvolvimento inicial. Por isso, a remoção dos pólipos é recomendada para melhorar as chances de engravidar.
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Como o diagnóstico é realizado?
Por se tratar de uma condição frequentemente assintomática, o diagnóstico de pólipos uterinos é geralmente realizado durante exames ginecológicos de rotina. O médico realiza uma entrevista detalhada com a paciente para entender seu histórico clínico e identificar quaisquer sintomas sutis que possam estar presentes.
Em seguida, exames específicos são solicitados, como a ultrassonografia transvaginal ou pélvica, que permite a visualização do endométrio e possíveis anomalias. Já para uma avaliação mais precisa, pode ser indicada a histeroscopia, que oferece uma visão direta da cavidade uterina.
Como tratar os pólipos uterinos?
O tratamento dos pólipos uterinos dependerá dos sintomas, do tamanho e da quantidade dos pólipos presentes.
De forma geral, a remoção cirúrgica é frequentemente necessária. A histeroscopia é o procedimento mais simples, pois permite a remoção dos pólipos diretamente na cavidade uterina sob visualização. Em situações raras, por impossibilidade de cirurgias, há medicamentos que causam bloqueio hormonal e podem ser utilizadas para redução dos pólipos.
Como é feita a cirurgia de pólipos uterinos?
A remoção cirúrgica de pólipos uterinos é comumente realizada por histeroscopia, um procedimento minimamente invasivo que dura cerca de 1 hora. Geralmente, não são necessários cuidados pré-operatórios além do jejum de 8 horas. A cirurgia é feita sob anestesia em ambiente hospitalar.
O procedimento inicia-se com a inserção do histeroscópio, um instrumento fino equipado com uma câmera e iluminação. Este tubo óptico é introduzido pela vagina e pelo colo do útero até a cavidade uterina, permitindo ao médico visualizar o interior do útero em alta resolução através de um monitor.
Após localizar o pólipo, o médico utiliza ferramentas especializadas para ressecar e remover o pólipo. Os fragmentos removidos são então enviados para análise laboratorial para verificar a presença de possíveis anomalias.
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Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)